Apesar de ser estudante de comunicação e saber que a população tem o interesse maior (principalmente) por tragédias, me decepcionei com o ser humano após uma situação recente.
Por volta do meio dia da segunda-feira (07/12), a população guararemense se deparou com uma tentativa de suicídio na Praça 9 de Julho, localizada no centro de Guararema. Um rapaz de 22 anos após matar a namorada de 14 anos, colocou-a no porta malas do seu carro e seguiu em direção ao centro da cidade, onde continuou a tragédia tentando se matar utilizando uma arma. Ali permaneceu por volta de uma hora em negociação com os policias. Até que, seu pai na tentativa de salvar o filho, partiu para cima. Foi quando o jovem deu dois tiros onde um deles acertou o próprio pé. Logo em seguida, se entregou à polícia e foi autuado em flagrante por homicídio, porte ilegal de arma de fogo e violência doméstica.
Pode até parecer besteira da minha parte, mas siga o meu pensamento: depois de acompanhar de perto esse caso, tive a possibilidade de confirmar a falta de compaixão do ser humano! No processo de negociação os policiais foram colocadasfaixas de segurança proibindo a passagem no local, porque as pessoas corriam risco de vida. Afinal, ele estava armado. Mas no fim, quando o rapaz atirou e se entregou todos simplesmente tiraram a faixa e seguiram em frente como se nada tivesse acontecido. Me senti assistindo um filme na tv, que quando dá o comercial as pessoas saem da sala naturalmente.
Se for bobagem, me desculpe! Mas será que não há um "pingo de respeito" (como diria a minha mãe)? Será que não conseguem enxergar a gravidade da situação!? Mas uma coisa que devo confessar: se ele realemente quisesse se matar não faria isso em praça pública, parando trânsito e proibindo a passagem de pedestres. Faria tudo no mais puro silêncio.
Outra coisa que me deu a confirmação do velho mundo triste em que estamos foi "Ah! Nem morreu!". Queriam ver a desgraça debaixo do nariz! Sendo o final chato do filme, onde esperavam mais tragédias!
Meu Deus! Em que mundo vamos parar?
Continuaremos eternamente nesse lugar onde a tristeza é quem faz sucesso e a desgraça é a mais desejada?
Espero que entendam o que passa na minha cabeça.
Beijos,
Beijos,
Aline
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Posted in |
edição 7 tristeza
|
3 Comments »
Acho que entendo o que você quis dizer Aline. A sociedade dita contemporânea, simplesmente modernizou sua forma de assistir os espetáculos do Coliseu! Mas ainda quer sangue e desgraça, e crê que apenas os sentimentos extremos e exacerbados poderão dar ao individuo a sensação de vida. Sem base para se firmar, acredita que pode voar, e quando o faz, levanta um voa desengonçado e torto, que raras exceções terminam no mesmo lugar: no chão. E mais raro ainda, quando termina no limbo sozinho, pois normalmente em sua queda ainda leva alguém consigo.
Parabéns pelo texto e também pela coragem de abordar assuntos tão complexos!
Rodrigo Fukunaru